quarta-feira, 25 de junho de 2014

BIOSSEGURANÇA NA ESTÉTICA / CUIDADOS NA ESTÉTICA


Este sempre foi o principio de tudo para mim!
CUIDE DE VOCÊ E DE SUA CLIENTE!


biossegurança  é um conjunto procedimentos e estudos de relevante importância nos serviços de saúde, que visam não apenas abordar medidas de controle de infecções para proteger os funcionários que prestam assistência e os usuários em saúde, mas também por desempenharempapel fundamental na comunidade onde atua da promoção da consciência sanitária, da importância da preservação ambiental com relação à manipulação e descarte de resíduos químicos, tóxicos e potencialmente infectantes, e também, da diminuição, de um modo geral, de riscos à saúde e acidentes ocupacionais. Este é um processo que há conclusão em sua terminologia, ou seja, é um processo progressivo, que sempre deve ser atualizado e supervisionado.
Legalmente falando, a biossegurança voltada para os processos relacionados a organismos geneticamente modificados e pesquisas que utilizam células-tronco embrionárias, de acordo com a Lei de Biossegurança  – N. 11.105 de 24 de março de 2005. Esta lei tem como enfoque os riscos envolvidos nas técnicas de manipulação de organismos geneticamente modificados. O órgão que regula essa lei é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, da qual faz parte profissionais de diferentes ministérios e indústrias tecnológicas. Um exemplo rotineiramente presente na discussão legal de biossegurança são os alimentos trangênicos.
Contudo, a biossegurança também está presente em locais onde a tecnologia moderna se encontra, como hospitais, indústrias, laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, universidades, hemocentros, entre outros. Nesses locais, objetiva prevenir os riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos, relacionados com processos onde o risco encontra-s presente ou não. Esta parte da biossegurança acaba por confundir-se com a engenharia de segurança, a medicina do trabalho, a higiene industrial, a saúde do trabalhador, a engenharia química e a infecção hospitalar.
Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biossegurança

http://www.bvsde.ops-oms.org/bvsacd/cd49/manualbiossegurancaa.pdf








Biossegurança na Estética

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 Olá Meninas,
Hoje o tema abordado será um pouco diferente dos já vistos no blog, irei entrar num assunto de extrema importância na área da estética: a Biossegurança.
Precisa haver uma conscientização de alguns profissionais da área da beleza e dos clientes quanto aos riscos de contaminação e às normas de biossegurança a serem seguidas adequadamente, não sendo essas normas apenas o uso de touca, jaleco, máscara e luvas.
Estetica-25
Mas enfim, o que é biossegurança!?
A biossegurança visa tanto quanto possível eliminar riscos inerentes gerados em diferentes atividades, onde pode ocorrer o comprometimento da saúde do homem.
A exigência cada vez maior do mercado em relação à qualidade dos serviços prestados na área da beleza evidencia a necessidade de redução de riscos de possíveis contaminações. Apesar do caráter pouco invasivo de alguns procedimentos, micoses e infecções de pele fazem parte da lista de doenças que podem ser contraídas através de pincéis, curetas (extratores de comedões), lixas de caneta diamantada e outros objetos utilizados nas práticas da estética. Sem falar nos procedimentos de manicuro e pedicuro possuem alto risco de infecção cruzada, pois se faz o uso de alicates, que são instrumentais perfurocortantes, e há uma grande rotatividade de clientes.
riozyme
Na prática da biossegurança, a limpeza constitui a primeira e a mais importante etapa para a eficácia dos procedimentos de desinfecção e esterilização dos objetos. Limpar significa remover lixo, matéria orgânica e manchas, e inclui escovar, limpar, lavar ou esfregar com água contendo sabão ou detergente.
É exatamente ai onde entra o “queridinho” detergente enzimático, que tem uma excelente ação na remoção de detritos e sujidades, tendo como conseqüência, a diminuição de grande parte dos microrganismos presentes, e o melhor sem danificar o material. É um produto ainda pouco utilizado por profissionais da área, porém altamente eficaz, pois possui enzimas como as proteases, amilases e lipases, que são capazes de digerir substâncias como proteínas, amidos e gorduras de forma eficaz e específica; pois desnaturam as proteínas das células, interferem nos processos metabólicos e lesam a membrana citoplasmática, ou seja, adeus fungos e bactérias!
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Como já comentei a biossegurança objetiva anular, ou pelo menos, minimizar os riscos de infecção, portanto materiais utilizados nos procedimentos devem ser higienizados, quando não o fazemos, seria o mesmo que admitir que cada vez que um cliente fosse atendido, ele teria grande possibilidade de entrar em contato com microrganismos.
Pensem nisso, fiquem atentas quanto à higienização dos seus materiais para utilização em cabine, e atenda suas clientes com segurança!
Bom trabalho a todas!
Christina Borges
Tecnóloga em Cosmetologia e Estética
Técnica – Goreti Shopping da Estética, Itajaí
FONTE:http://portaldaesteticista.com/2013/04/29/biosseguranca-na-estetica/


BIOSSEGURANÇA EM CENTROS DE ESTÉTICA 

Para realizar o controle dos microrganismos, nós devemos considerar alguns aspectos de fundamental importância que são de:
1. realizar a prevenção na transmissão de doenças;
2.
monitorizar e prevenir a contaminação ou crescimento de microrganismos no ambiente de saúde;
3.
realizar métodos seguros que não ofereçam danos aos materiais submetidos aos processos de esterilização.
O conceito já foi estudado anteriormente, sobre esterilização, onde significa a total destruição ou eliminação de todas as formas de vida de um objeto ou de um dado material. Já a desinfecção trata-se da destruição parcial dos
[...] microrganismos patogênicos, empregado para objetos inanimados. Sepsia significa presença de microrganismos nos tecidos produzindo infecção. O termo anti-sepsia deriva da prevenção de infecção após atos cirúrgicos. Atualmente significa a inibição da proliferação ou a destruição de microrganismos por agentes químicos. Esse termo refere-se geralmente ao uso de substâncias químicas em pele e mucosas, portanto in vivo (JORGE, 2004, grifo do autor).
O Ministério da Saúde em Manual de Controle de Infecção Hospitalar (BRASIL, 1994), recomendou a classificação de Spaulding para objetos inanimados, conforme o risco potencial de transmissão de infecção que apresentam.
Podemos então realizar uma classificação os materiais ou artigos como artigos críticos, semi-críticos e não críticos.
Os artigos críticos são os que penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular. Instrumentos que tocam em pele e mucosa não íntegras, devendo estes artigos obrigatoriamente ser esterilizados após sua  utilizados.
São classificados como artigos semi-críticos todos aqueles que entram em contato apenas com mucosa íntegra, devendo estes artigos ser submetidos ao processo de esterilização, entretanto a desinfecção apenas para àqueles itens que não podem ser esterilizados por procedimentos físicos.
Todos aqueles que entram em contato com pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com o paciente são classificados como Artigos não-críticos e devem ser submetidos ao procedimento de desinfecção (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000; GUIMARÃES JÚNIOR, 2001).
As medidas de precauções universais ou medidas padrão
Representam conjunto de medidas de controle de infecção, para serem adotadas universalmente, com o objetivo de  promover a redução do risco ocupacional e da transmissão de microrganismos nos serviços de saúde. Estas medidas incluem:
a) obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção individuais, com  a finalidade de impedir que microrganismos provenientes de pacientes através de sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções de pacientes contaminem o profissional de saúde e sua equipe; fazem parte dos EPIs  luvas para procedimento, avental impermeável, gorro, máscara e óculos de proteção;
b)
controle e a prevenção da exposição a sangue e fluidos corpóreos; como também acidentes com instrumentos perfurocortantes; em acidente ocupacional;
c)
a avaliação dos acidentes de trabalho que envolvam a exposição a sangue e fluidos orgânicos;
d)
o gerenciamento dos resíduos gerados, e dos procedimentos de descontaminação dos ambientes de saúde.
Equipamentos de Proteção Individuais:
Gorros descartáveis deverão ser usados durante todo tempo de realização dos procedimentos nos pacientes, pois os cabelos representam importante fonte de infecção.
O uso de máscara é indicado na proteção contra a inalação ou ingestão dos aerossóis, protegendo as regiões da boca e nariz, devendo ser descartáveis.
Devem ser utilizados por todos os membros da equipe e pelo paciente os óculos, com proteções laterais, sendo que após o termino do atendimento, os óculos contaminados deverão ser lavados com sabonetes líquidos germicidas ou soluções anti-sépticas, enxaguados e devidamente secos com uso toalhas de papel.
Os profissionais deverão usar luvas para sua proteção e de seus pacientes, a todo o momento do manuseio deste. Os membros da equipe de atendimento deverão utilizar usar luvas previamente ao manipular artigos críticos na presença de sangue (mesmo coagulado ou seco), em saliva e em superfícies contaminadas por esses fluidos corporais.
De maneira alguma a lavagem das mãos antes de calçar  as luvas a lavagem criteriosa preliminar das mãos deverá ser descartada, pois  promove redução da quantidade de bactérias da pele, prevenindo irritações pelo crescimento de microrganismos
As seguintes normas deverão ser seguidas quanto ao uso das luvas:
a) não desinfetar as luvas quando estiverem sujas de sangue ou outros fluidos orgânicos; deveremos desprezá-las em recipientes contendo resíduos contaminados;
b)
sempre utilizá-las no durante o atendimento de  pacientes;
c)
não realizar desinfecção de luvas por imersão em meios químicos;
d)
não manusear telefone, abrir portas, gavetas, fumar, etc., usar uma sobreluva;
e)
remover as luvas imediatamente após o término do tratamento;
f)
não tocar na face externa das luvas ao removê-las;
j)
deveremos lavar as mãos assim que remover as luvas;
e)
o uso das luvas não protege contra perfurocortantes, mas elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu volume;
h)
para conferir proteção adicional contra a contaminação uso de dois pares de luvas é formalmente indicado em procedimentos cirúrgicos de longa duração ou com sangramento profuso.
O uso de sabões líquidos com anti-sépticos é mais eficiente para lavagem de mãos. O uso de toalhas de papel como rotina, em todo o estabelecimento também é recomendado, devendo utilizar toalhas de papel branco, pois as de papel pardo ou coloridas geralmente são produzidas com papel de qualidade inferior e que podem acusar contaminação.


Métodos de controle de microrganismos.
Os métodos de controle de microrganismos realizados são:
A) Esterilização por métodos físicos - esterilização em autoclave – calor úmido.
Trata-se da esterilização realizada através do vapor de água, empregamos neste método um aparelho conhecido por autoclave o qual  se emprega vapor de água saturado sob pressão e a esterilização ocorre à temperatura de 121º C por período de 15 a 30 minutos, apresentando uma  ótima penetração do vapor, distribuído por todas as superfícies do instrumento, apresenta tempo de ciclo curto duração e podendo esterilizar líquidos que contenham água.
Alguns cuidados que devemos tomar para realizar a esterilizado em autoclave, diz respeito aos materiais que deverão estar completamente  limpos, isto livres de sujidades e também  deverão ser acondicionados em pacotes ou embalados de modo correto para que permita a total circulação do vapor; os materiais para realização destas embalagens são o papel manilha ou kraf, podemos também utilizar tecido de algodão cru ou filme de poliamida (50 a 100 um de espessura), já o papel alumínio e caixas metálicas fechadas não podem ser utilizados, pois não permitem a total circulação do vapor de água impossibilitando a esterilização.
Como precauções:
a) jamais devemos utilizar caixas fechadas;
b)
itens plásticos e de borracha; poderão ser danificados.
c)
a corrosão de itens metálicos não-inoxidáveis poderá  acontecer.
Esterilização em Estufas – calor seco.
Os materiais que não podem ser molhados como algodão, compressas de gaze, óleos, gorduras, ceras e pós, desde que não se alterem pelo aquecimento, para materiais ou instrumentais metálicos e equipamentos de vidro, este método de esterilização deve ser indicado.
Para realizar este método, devem-se observar as seguintes recomendações:
a) evitar sobrecarregar a estufa, isto é, colocar o material devidamente acondicionado.
b) realizar o monitoramento da temperatura que deve ser de 160ºC por 2 (duas) horas ou 170ºC por 1 (uma) hora por meio de um termômetro, respeitar a temperatura desejada.
d) após o período de esterilização, não abrir a porta do aparelho subitamente, pois o calor interno é muito superior ao externo, podendo danificar os materiais, principalmente os vidros, como também, pode levar à combustão de papel ou tecidos.
Para a realização do preparo prévio do material a ser esterilizado devemos seguir as observações abaixo:
a) lavagem de todo o material com escovas, para remoção de sujidade.
b)
os materiais devem ser submetidos a secagem, que poderá ser realizada através do uso de jatos de ar e manualmente com toalhas de papel;
c)
papel manilha ou kraft também podem ser utilizados, porem o papel alumínio é o mais recomendado para o acondicionamento ou embalagem.
Os indicadores de esterilização são úteis para controle do material que foi ou não submetido ao procedimento de esterilização,
Os principais indicadores de esterilidade são químicos e biológicos. Indicadores químicos são tiras ou fitas de celulose impregnadas com substâncias químicas sensíveis a determinadas temperaturas, os esporos bacterianos mais utilizados são do Bacillus subtilis para esterilização pelo calor seco e o B. stearothermophylus para calor úmido (JORGE, 2004).
B) Esterilização / Desinfecção por métodos químicos.
Os desinfetantes são classificados de acordo com a eficácia em 3 grupos principais:
a) alto nível: fazem esterilização. Agem contra fungos, bactérias em forma vegetativa (Gram-positivas e negativas), esporos bacterianos e vírus;
b)
nível intermediário: capazes de destruir todas as formas de microrganismos, exceto esporos;
c)
baixo nível: não agem em vírus da hepatite, poliomielite, esporos e M. tuberculosis.
A esterilização por métodos químicos líquidos seguem os seguintes passos:
a) imergir o artigo na solução adequada: utilizar EPI e garantir ventilação do local. Preencher o interior das tubulações e reentrâncias com auxílio de seringa, se necessário, evitando a formação de bolhas de ar;
b)
respeitar o tempo de exposição indicado, mantendo o recipiente tampado;
c)
enxaguar os artigos, inclusive reentrâncias com água esterilizada e técnica asséptica. Recomendam-se múltiplos enxágues para eliminar resíduos do produto utilizado. Usar todo o conteúdo do recipiente de água esterilizada de uma só vez. Evitar recipientes de múltiplo uso;
d)
secar externamente os artigos, com técnica asséptica e com compressas estéreis e acondicionar o artigo processado em recipientes ou invólucros adequados e estéreis.
QUADROS 1 – Principais esterilizantes e ou desinfetantes utilizados em odontologia, citando suas indicações de uso e recomendações.
Obs.: O desinfetante Glutaraldeído está de uso proibido pelos órgãos competentes.
Desinfetante
Indicações de uso
Artigos
Recomendações
Observações

Glutaraldeído
Esterilização a frio de artigos críticos termossensível
Desinfecção de alto nível deartigos termosensíveis (2% por 30 min)
Artigos não descartáveis metálicos
Instrumentais
Artigos de borracha, silicone, nylon, teflon, ou PVC
Manusear sempre com EPI
Não misturar artigos de metais diferentes
(corrosão eletrolítica)
Usar a solução em recipiente de vidro ou
plástico com tampa
Não deixar a temperaturas acima de 25 0C
Materiais muito porosos
como látex podem reter o
desinfetante, caso não
haja bom enxague
Os alcalinos ou neutros
são menos corrosivos que
os ácidos
Formaldeído
Esterilização a frio de artigos
críticos termossensível
Tempo de esterilização: 18 horas
Tempo de desinfecção: 30 min
Instrumental
Artigos de poliestireno e nylon
Peças de acrílico
Manusear sempre com EPI
Usar a solução em recipiente de vidro ou
plástico com tampa
Não deixar a temperaturas acima de 25 0C
Embora considerado
desinfetante/ esterilizante,
seu uso é limitado pelos
vapores irritantes, odor
desagradável e
comprovado potencial
carcinogênicos
Álcoois
Desinfecção de nível
intermediário de artigos e
superfícies
Materiais de vidro
Superfícies externas de
instrumentos metálicos
Superfícies de bancadas
Artigos metálicos
Cadeira
Manusear com EPI
Imergir ou friccionar o produto na
superfície do artigo; deixar secar e repetir
3 vezes o procedimento
Pode ser usado na desinfecção
concorrente (entre pacientes)
Concentração: 770GL ou
70%
Recomendam-se 3
aplicações de 10 min para
superfícies
Contra-indicado para
acrílico, enrijece
borrachas e tubos
plásticos.
Iodo
Desinfecção de nível
intermediário
Álcool iodado (0,5-1% em álcool 70%)
Iodóforos na concentração de 30-50 mg/L de iodo livre
Materiais de vidro
Superfícies externas de
instrumentos metálicos
Bancadas e demais superfícies
Manusear com EPI
Após a exposição, removê-lo com fricção
com álcool, para evitar os efeitos
corrosivos em metais
Acondicionamento em
frasco fechado, escuro e
em local arejado
Fenol Sintético
Desinfecção de nível
intermediário e baixo
Descontaminação de superfícies e
de artigos metálicos e de vidro
Descontaminação prévia de
instrumentos metálicos
Desinfecção de artigos semicríticos
Manusear com EPI
Friccionar a superfície ou objeto
imergido com escova, antes de iniciar a
contagem do tempo de exposição
Em superfícies, passar pano úmido com
água após tempo de exposição necessário
São absorvidos por
materiais porosos e o
efeito residual pode
causar irritação
Não são prontamente
inativados pela matéria
orgânica
Clorexidina
Anti-séptico bucal e da pele
Desinfecção de superfície
Superfícies de equipamento
Anti-séptiico: 0,12 a 0,7% Superfícies: solução de 2 a 5% de
clorexidine em álcool 70%
Superfícies: técnica
recomendada é a “spraywipe-
spray”
Hipoclorito
de Sódio
Desinfecção de níve médio de artigos e superfícies
Descontaminação de superfícies:
10 minutos, em 1% de cloro ativo
Materiais de vidro
Superfícies e bancadas
Manusear com EPI
Uso limitado pela presença de matéria
orgânica, capacidade corrosiva e
descolorante
Estocagem deve ser em
lugares fechados, arejados
e escuros (frascos opacos)
Não utilizar em metais e
mármore pela ação
corrosiva
Fonte: Jorge (2004)
A Infecção cruzada é a transmissão de agente etiológico, de um indivíduo para outro susceptível. São quatro as maneiras que poderão  ocorrer infecção cruzada:
a) do paciente para os membros da equipe de atendimento;
b)
dos os membros da equipe de atendimento  para paciente;
c)
de paciente para paciente  através; dos os membros da equipe de atendimento;
d)
de paciente para paciente por intermédio de instrumentos, equipamentos e pisos contaminados.
Varias doenças podem ser contraídas, através de  vírus: catapora, hepatite (B, C e D), conjuntivite herpética, herpes simples, herpes zoster, mononucleose infecciosa, sarampo, rubéola, caxumba e AIDS, como também por bactérias: tuberculose, sífilis, pneumonia, infecções por estafilococos, estreptococos, pseudomonas e klebsielas

FONTE:
BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Procedimentos de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde. 2. ed. Brasília, 1994. 50 p.
JORGE, Antonio Olavo Cardoso. Princípios de biossegurança em odontologia: Departamento de Odontologia. Universidade de Taubaté, UNESP 2004 < http://www.higieneocupacional.com.br/download/biosseg-odonto.pdf>. Acesso em: 14 maio 2012.
GRAZIANO, K. U., SILVA, A., BIANCHI, E. R. F. Limpeza, desinfecção, esterilização de artigos e autosepsia. In: FERNANDES, A. T., FERNANDES, M. O. V., RIBEIRO-FILHO, N. Infecção hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu, 2000. p. 266-315.

Hepatite b e c: do risco de contaminação por materiais de manicure/pedicure à prevenção
A grande variedade de microrganismos veiculados a secreções, os quais podem albergar agentes etiológicos de doença infecciosa, ou mesmo sem desenvolver a doença Hepatite B. Uma cadeia potencial de infecção cruzada, de um cliente para outro é estabelecida, através da contaminação de instrumentos. Nesta aula, veremos os riscos de contaminação de manicure/pedicure e a prevenção

Meus alunos sem dúvida alguma, as Hepatites de tipo B e C tratam-se de um grande problema de saúde não só no Brasil, mas também em outros países; existe aproximadamente 720 milhões de pessoas infectados pelo vírus da hepatite B (VHB) e/ouvírus da hepatite C (VHC), apresentando um índice de mortalidade de aproximadamente 25%, dado mundial.
No Brasil, estimamos que este índice em média de 8% de infectados por vírus da hepatite B e 2% por  vírus da hepatite C.
O VHB (vírus da hepatite B) concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, após a infecção ocorrida nas pessoas, nas células hepáticas ocorrera a replicação  de seu DNA e, para obtenção de novas   formas de vírus. Possuindo os anticorpos produzidos quando somo vacinados contra o VHB estes reconhecem o vírus quando ele estiver presente na circulação sanguínea.
Logo após que o VHB infecta as célula do fígado, os anticorpos por nos produzidos não conseguem destruí-los de modo direto. Somente os vírus localizados na membrana que recobre o hepatócito ou célula do fígado serão reconhecidos pelos anticorpos. Deste modo, uma resposta inflamatória é iniciada, onde os linfócitos T citotóxicos, que se trata de células de defesa do nosso organismo, destruirão as células infectadas.
Não havendo um número expressivo na quantidade de células infectadas, poderá ocorrer uma regressão espontânea da hepatite. Contudo, se ocorrer um grande  número de células infectadas, a reação de defesa pode levar aos sintomas da hepatite de forma aguda, que apresenta sintomas característicos de dores articulares, fadiga icterícia, náuseas e falta de apetite. A inflamação poderá persistir por um período de seis meses, caracterizando assim como hepatite B crônica. Este processo ocorre quando a resposta imunológica não é eficaz.
O desenvolvimento de cirrose é devido à destruição crônica das células hepáticas desenvolvendo cicatrizes neste órgão. Em torno de 50% dos casos de cirrose evoluem para o hepatocarcinoma, que se trata de uma forma de câncer que acomete o fígado da pessoa infectada. Nos adultos com falta de imunidade, o risco de desenvolver a hepatite crônica fica aproximadamente  de 50%.
Em se tratando da hepatite C, os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento da doença ainda não estão bem esclarecidos, contudo sabemos que aproximadamente  85% dos indivíduos infectados evoluem para forma crônica.
Esta infecção pelo vírus da hepatite C rotineiramente evolui de forma lenta, podendo desenvolver de forma assintomática, apresentando enzimas hepáticas normais, até o aparecimento da forma da crônica da hepatite e o hepatocarcinoma. Esta progressão da forma crônica, e ainda do câncer de fígado, pode estar relacionada diretamente com fatores hormonais e genéticos, sexo, idade, uso de álcool ou concomitância com outros vírus, em nossos pais, sabemos que a Hepatite C predomina em adultos jovens (MELO; ISOLANI, 2011)
O modo ou maneira também conhecido como vias de transmissão do vírus VHB e VHC podem ser a forma vertical, representada por crianças nascidas de mães infectadas; também por meio da transmissão ou contaminação sexual com pessoas ou parceiros infectados ou dependente ou usuário de drogas injetáveis quando ocorre o  compartilhamento de agulhas contaminadas; pessoas que submetem à hemodiálise; profissionais da saúde; e por meio de contatos domiciliares de pessoas cronicamente infectadas Outras formas de contaminação são os procedimentos realizados médicos, odontológicos, de acupuntura, tatuagem ou outros procedimentos relacionados com material perfuro cortante caracterizando a forma parenteral, também compartilhamento de utensílios de como lâmina de barbear, escova de dente, alicate de manicure e cortadores de unha representa um fator de risco importante para a transmissão domiciliar do VHB e/ou VHC.
A infecção poderá ocorrer quando estes materiais também conhecidos como fômites contêm sangue contaminado com vírus da hepatite B e/ou C, por esta razão devemos conhecer e desenvolver ações corretivas que previnam a transmissão do VHB e VHC por instrumentos utilizados por manicure/pedicure no desenvolvimento de seus trabalhos

VÍRUS DA HEPATITE B E C
O VHB é um vírus altamente resistente, podendo resistir durante 10 horas a 60 ºC, durante 5 minutos à 100º C, quando exposto ao éter e ao álcool 90ºC; pode permanecer viável após vários anos de congelamento, mas o VHC apresenta pouca  resistência. (MELO; ISOLANI, 2011)
O vírus VHC faz parte do gênero Hepacivirusda, família Flaviviridae. O modo de transmissão do VHC pode ser pelo contato direto, percutâneo ou pelo sangue contaminado.

Risco de contaminação por materiais de manicure/pedicure à prevenção. os POR
MANICURE/PEDICURE

Durante o processo de atendimento, observa-se que o compartilhamento de materiais de manicure/pedicure, de modo especial os alicates de unhas e tesouras, tem sido apontado como uma das formas de transmissão dos vírus das hepatites.
Sendo assim, as manicures e pedicures representam um grupo com fortes fatores de risco, já que podem entrar em contato com material contaminado pelo sangue de seus clientes.
A resistência viral no meio externo, principalmente do vírus VHB, pode ser responsável pela transmissão quando ocorre o compartilhamento de alicates, utilizados durante o atendimento realizado pelos profissionais de  manicure/pedicures. Onde não houve a esterilização dos mesmos,  outros materiais como cortadores de unha, tesouras e navalhas, que entram em contato com o vírus VHB e/ou VHC, são considerados como potenciais transmissores destes vírus. (MELO; ISOLANI, 2011)
Em um estudo realizado a incidência oscilou entre 4,3 a 5,5% em relação à Hepatite B, entre as manicures e barbeiros da cidade de Botucatu - SP, através da pesquisa de AgHBs que é o antígeno da hepatite B. Em um outro estudo realizado, obtivemos um levantamento dos procedimentos de controle de infecção em manicures e pedicures em Nova York mostrou que, no ano de 2006, dos 72 estabelecimentos envolvidos, 60% representavam risco de transmissão de infecções e 40% dos profissionais entrevistados afirmaram ter sido imunizado contra Hepatite B. foi de modo comprovado que a reutilização dos materiais de trabalho é uma prática comum, onde estes  somente eram desinfetados com álcool isopropílico, o uso de luvas também  não era uma  rotina e tampouco nem mesmo eram utilizadas durante a utilização de procedimentos de precaução em casos de acidentes.
No  município de São Paulo – SP, foi realizada uma pesquisa soroepidemiológica da Hepatite B e C em 100 manicures e/ou pedicures, onde foi levantados os seguintes dados de prevalência de 8% de positividade para o VHB e 2% para o vírus VHC.
ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS
No processo de esterilização de materiais com uso vapor saturado sob pressão é a que oferece maior segurança e economia. Já que a esterilização realizada pelas autoclaves, pode ser realizada pela exposição do material contaminado por 30 minutos a uma temperatura de 121 °C ou 15 minutos a uma temperatura de 132 °C.
Já no processo de esterilização por calor seco (estufa) a penetração e distribuição do calor não se fazem de modo uniforme, devido a esta característica  o processo necessita de um tempo maior de exposição e temperaturas mais altas, recomenda-se assim deste modo: 1 hora a 170 °C ou 2 horas a 160°C, com um prazo de validade de 7 dias para os artigos esterilizados por processo físico.
Neste mesmo estudo realizado em salões de beleza da cidade de São Paulo com 100 manicures, verificou-se 74% das profissionais afirmaram que realizavam a higienização das mãos antes e depois de realizar o atendimento nos clientes, mas foi comprovado que não era adotado esse procedimento durante o período que foi observado durante a permanência  da pesquisadora no interior no salão realizando avaliações do atendimento. Somente  20% das entrevistadas disseram que usam luvas durante o atendimento, mas somente 5%, foram observadas utilizando o Equipamento de Proteção Individual (EPIs).
Também nesta pesquisa, verificou-se que 26% das manicures/pedicures realizavam o processo de esterilização em autoclaves, mas ninguém sabia o modo de utilizar o equipamento de maneira correta, as outras 54% realizava o processo com estufa, mas a maioria não sabia o tempo e a temperatura correta para a esterilização dos materiais (MELO; ISOLANI, 2011).
AÇÕES PREVENTIVAS
Deste modo o fato de que  as  manicures/pedicures formarem  um grupo com maior fator de risco, pela maior exposição à infecção pelos vírus das hepatites que a população em geral, comprova  a necessidade de uma atenção especial, já que não há um processo de divulgação necessária no ambiente de trabalho.
CONCLUSÃO
Devemos  as informações obtidas por este estudo, podemos também  concluir que há um número significante de casos de infecção pelo vírus VHB e VHC que, provavelmente, ocorreram devido ao uso inadequado de materiais e pela falta de capacitação de manicure/pedicure, sendo necessário também  atentar para o risco de transmissão, não somente nos salões de beleza, mas também por meio do compartilhamento domiciliar destes materiais utilizados no atendimento dos clientes
Deste modo concluímos que de fundamental “[...] importância a capacitação de manicures para utilização de EPIs e a correta esterilização dos materiais utilizados, pois a falta ou a não realização deste processo pode[...]” resultar na transmissão dos “[...] vírus de cliente/manicure e manicure/cliente, e ainda de clientes para seus parceiros dentro de seus domicílios[...]”, caracterizando assim a infecção cruzada(MELO; ISOLANI, 2011, p. 76).
Os conhecimentos sobre as formas de transmissão das hepatites B e C e o processo de imunização, como também a capacitação do processo de métodos de controle de microrganismos, devem ser intensificado e uma fiscalização principalmente em salões de beleza, visando à diminuição das taxas de transmissão da doença. (MELO; ISOLANI, 2011)

FONTE:
MELO, Flávia Cristina Alves de; ISOLANI, Aline Paula. Hepatite b e c: do risco de contaminação por materiais de manicure/pedicure à prevenção. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v.6, n.2, p.72-78, mai./ago., 2011. Disponível em: < http://revista.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/viewFile/696/364%3E.%20Acesso%20em:%2010%20maio%202012.


Kelly Christine Schmitt Shmidlin
Técnica em Estética pelo IMEC (Curitiba PR)
Cursando o Tecnólogo em Estética na Uniandrade (Curitiba PR)
Tels.: (41) 3333-0567 / 8405-7444  
e-mail: kellyschmidlin@brturbo.com.br

Biossegurança na Estética
Equipamentos de Proteção Individual - EPIs

Agradecimento

"Agradeço ao Instituto Martinus de Educação e Cultura, que possibilitou a realização e concretização do Curso Técnico em Estética, aumentando a credibilidade da profissão no mercado de trabalho, e aos professores, por passarem os conhecimentos necessários para o desenvolvimento do trabalho".

"Milhares e milhares de pessoas estudaram a doença. Quase ninguém estudou a saúde."
(Adelle Davis)
Resumo
O profissional de estética, durante a realização de limpezas de pele, está exposto à uma grande variedade de microorganismos, que podem ser causadores de doenças infecto-contagiosas. Essa exposição acaba sendo facilitada, devido à proximidade profissional-cliente durante o atendimento, no qual ocorre um período de contato prolongado, aumentando as chances de exposição do profissional a fluídos orgânicos, provenientes do cliente e de contato com lesões presentes na pele do mesmo. Além disso, a alta rotatividade no atendimento e a omissão ou até mesmo o desconhecimento, por parte do próprio cliente de que possui alguma doença infecto-contagiosa, podem contribuir para o contágio do profissional. Levando em conta esses fatores de risco, é de fundamental importância para o profissional adotar medidas de biossegurança, dentre elas, o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI's), os quais incluem: luvas, avental, gorro, máscara e óculos de proteção. O objetivo do trabalho é abordar, através da revisão de literatura, quais os principais equipamentos de proteção individual e suas funções na proteção do profissional, contra doenças como: herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e, até mesmo, a AIDS. Este trabalho apresenta, através de estudo de caso, uma análise do uso dos equipamentos de proteção individual, pelo profissional de estética durante a realização de limpezas de pele, utilizando-se como instrumento de coleta de dados, um questionário. Observou-se que, embora a grande parte dos entrevistados saiba o que são equipamentos de proteção individual, e a importância da sua utilização, muitos não utilizam "por completo" todos os equipamentos necessários, ou utilizam-nos de forma inadequada.
Palavras-chave: limpeza de pele; equipamentos de proteção individual (EPI's); doenças infecto-contagiosas.

Introdução
O presente trabalho vem demonstrar o que são os equipamentos de proteção individual, bem como, deve ser o uso correto dos mesmos pelo profissional de estética na realização de limpezas de pele, como forma de proteção contra doenças infecto-contagiosas. Também aborda o conhecimento, por parte de vários profissionais da área, a respeito do que são os equipamentos de proteção individual e dos procedimentos em relação ao uso desses equipamentos. Na realização de limpezas de pele, a alta rotatividade no atendimento e o contato profissional-cliente muito próximo e prolongado, fazem com que o risco de exposição do esteticista à microorganismos provenientes do cliente, seja por meio de secreções como a saliva; fluídos como sangue; exsudatos provenientes da extração de acnes ou por meio de lesões na pele, seja aumentado. Desta forma, o profissional pode torna-se mais vulnerável à contaminação por diversas doenças infecto-contagiosas, como: herpes, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e AIDS.
Levando em consideração os fatores de risco, é que a biossegurança visa ações voltadas para a proteção da vida, e uma delas é o uso dos equipamentos de proteção individual, os quais incluem: luvas, óculos de proteção, máscara, avental e gorro. Esses equipamentos agem como verdadeiras "barreiras" contra microorganismos patogênicos e, tornam-se deficientes, quando são usadas de forma incorreta ou de forma incompleta.
O trabalho aborda o que é biossegurança, bem como os principais equipamentos de proteção individual que devem ser utilizados pelo profissional de estética. Além disso, traz os principais fatores de risco presentes em uma limpeza de pele, que podem contribuir para a contaminação do profissional por doenças infecto-contagiosas, e quais são essas doenças.

Biossegurança
O presente capítulo aborda, de forma breve, a origem da biossegurança, bem como o seu significado.
Segundo Costa e Costa (2002, p. 1), o conceito de biossegurança teve origem na década de 70, na reunião de Asilomar, na Califórnia, na qual cientistas iniciaram a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. A partir desse momento, o conceito de biossegurança, foi sofrendo alterações com o passar dos anos.
Para Costa1 (1999, 2000 apud COSTA; COSTA, 2002, p. 2), o conceito de biossegurança pode ser definido como módulo, processo ou como conduta. Como módulo, pois a biossegurança não é uma ciência e sim uma interação entre conhecimentos diversos. Como processo, pois a biossegurança é uma ação educativa, que pode ser entendida como a aquisição de conteúdos e habilidades, com o objetivo de preservar a saúde do homem, das plantas, dos animais e do meio ambiente. Como conduta, pois a biossegurança pode ser considerada um conjunto de comportamentos, hábitos, conhecimentos, sentimentos que devem ser passados ao homem, para que esse realize sua atividade de forma segura.
"A biossegurança pode ser entendida, hoje, como uma ocupação, agregada a qualquer atividade onde o risco2 à saúde humana esteja presente" (COSTA; COSTA, 2002, p. 4).
A Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz (2003) traz um conceito amplo e completo para a biossegurança, considerando-a como um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
Segundo Nogueira (1996, p. 71-73), a biossegurança deve ser vista como a realização de práticas destinadas a conhecer e controlar os riscos que o trabalho em saúde, e também em estética, podem aportar ao ambiente e à vida, e deve ser um dos principais objetivos em uma empresa. A preocupação com a biossegurança faz parte de uma tendência mundial, não estando restrita somente à área de saúde. Está apoiada em uma mudança de paradigma cultural, promovendo novos padrões de comportamento, no que diz respeito à preservação do meio-ambiente e da própria vida. Problemas relacionados a biossegurança tornam-se problemas relacionados à própria qualidade do serviço prestado.
Uma das ações de biossegurança para a proteção da saúde humana, durante a prestação de serviços é a utilização dos EPI's (Equipamentos de Proteção Individual), os quais serão abordados a seguir.

Os Equipamentos de Proteção Individual - EPIs
De acordo com Costa (1996, p. 123), dados históricos sobre o antigo Egito demonstram que os responsáveis pelo processo de mumificação utilizavam, durante suas atividades, meios de proteção para as mãos e o rosto, o que poderíamos considerar, hoje, como os "ancestrais" dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na Norma Regulamentadora 6 - NR6, da Portaria nº 3.214/1978, considera Equipamento de Proteção Individual EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
De acordo com as Precauções Universais (CDC3, 1987), os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica, através do uso de barreiras protetoras como luvas, aventais, máscaras, gorros e óculos (equipamentos de proteção individual), os quais irão reduzir as chances de exposição da pele e mucosas a materiais infectados.
Para Oda et al (1996, p. 248), as precauções universais têm por objetivo evitar que trabalhadores da área da saúde, considerando também os que trabalham na área de estética, entrem em contato com fluídos orgânicos como sangue, exsudatos4 e secreções5 contaminadas, por via parenteral6, por via da membrana mucosa ou da pele não intacta.
"As barreiras de proteção reduzem o risco de exposição tanto da pele como das membranas mucosas do profissional da saúde ao material infectante" (ODA et al, 1996, p. 250).
Segundo Jorge (2002, p. 2), o uso dos equipamentos de proteção individual, os quais incluem luvas, avental, gorro, máscara e óculos de proteção, é de extrema importância, pois impedem que microorganismos, provenientes de clientes por meio de fluídos como o sangue, secreções orgânicas ou exsudatos, possam contaminar o profissional.
A seguir serão abordados todos os equipamentos de proteção individual, que devem ser utilizados pelo profissional de estética, durante a realização de limpezas de pele.

Gorro: Guandalini et al (1997, p. 13), considera que o uso do gorro, conforme a figura 1, evita a queda dos cabelos (que representam uma importante fonte de infecção, já que podem conter inúmeros microrganismos), na área do procedimento.

Figura 1 Gorro descartável de polipropileno7.

Figura 2 - Uso correto do gorro pelo profissional.
Além disso, o gorro oferece uma barreira mecânica para a possibilidade de contaminação dos cabelos, através de secreções que possam "espirrar", além de evitar que microorganismos possam colonizar os cabelos do profissional. É uma medida de segurança e de higiene, tanto para o profissional quanto para o cliente, que também deverá utilizá-lo.
Ainda de acordo com o autor (1997, p. 13), o profissional deve prender os cabelos, sem deixar mechas aparentes, de forma que o gorro cubra todo o cabelo e orelhas, conforme demonstra a figura 2. Ao retirar o gorro, o mesmo deve ser puxado pela parte superior central e descartado no lixo8, devendo ser trocado entre os atendimentos sempre que houver necessidade, devido ao suor e as sujidades. Gorros descartáveis não devem ser guardados, pois representam um meio bastante propício à proliferação de bactérias.
Avental: Os vários tipos de aventais são usados para fornecer uma barreira de proteção e reduzir a oportunidade de transmissão de microorganismos. Previnem a contaminação das roupas do profissional, protegendo a pele da exposição a fluídos como sangue, exsudatos e secreções orgânicas.
Conforme Guandalini et al (1997, p. 14), os aventais não precisam ter necessariamente a cor branca, apesar de possibilitar a melhor visualização de sujidades. Silva et al (2002, p. 5), considera que os mesmos devem apresentar mangas longas, conforme é mostrado na figura 3, para que os punhos possam ser cobertos pelas luvas, para assim, permanecerem descontaminados, o que irá possibilitar uma melhor proteção do profissional. Guandalini et al (1997, p. 14), considera que os aventais devem ser trocados, sempre que apresentarem sujidades e contaminação visível, seja por sangue ou por secreções orgânicas. Devem ser utilizados somente na área de trabalho e nunca devem ser guardados no mesmo local, onde são guardados objetos pessoais.
Máscara: Conforme Silva et al (2002, p. 6), a máscara representa uma importante forma de proteção das mucosas da boca e do nariz, contra a ingestão ou inalação de microorganismos. Para Guandalini et al (1997, p. 15), a máscara também representa a mais importante medida de proteção das vias superiores, contra os microorganismos presentes durante a fala, tosse ou espirro. Devem ser sempre utilizadas no atendimento de todos os clientes e são obrigatoriamente descartáveis, conforme mostra a figura 4. Devem apresentar boa qualidade de filtração e ser seguras durante duas horas de uso.

Figura 3 Avental branco e de mangas longas.

Figura 4 - Diferentes tipos de máscaras de fibra sintética.
Durante a realização de uma limpeza de pele, a distância entre o cliente e o profissional, é bastante pequena. A esteticista está com sua boca muito próxima a do cliente, existindo a possibilidade de tanto o profissional quanto o cliente, ao falar, tossir ou espirrar, lançar gotículas de saliva contaminadas por microorganismos. Outro fator é durante a extração, principalmente de pústulas9, onde há o risco do conteúdo destas atingir a face do profissional. Desta forma, o uso de máscara protege tanto o profissional quanto o cliente.
De acordo com Guandalini et al (1997, p. 15), o profissional deve considerar algumas características ao comprar máscaras, as quais devem:
a) ser confortáveis; b) ter boa adaptação aos contornos faciais; c) não tocar lábios e a ponta do nariz; d) não irritar a pele; e) não provocar embaçamento dos óculos; f) ter boa capacidade de filtração; g) ser descartável.
Obs.: "As máscaras são confeccionadas com diferentes tipos de materiais e cada um apresenta uma capacidade de filtração diferente. As máscaras de tecido (pano), espuma e papel, embora confortáveis, têm baixa capacidade de filtração dos microorganismos". (GUANDALINI et al, 1997, p. 15).
Micik10 (1992 apud GUANDALINI et al, 1997, p. 15), realizou um estudo sobre a eficiência das máscaras de acordo com suas capacidades de filtração. Os materiais utilizados para o estudo e suas capacidades de filtração foram: fibra de vidro (99%), fibra sintética11 (99%), algodão ou pano (18 a 50%), papel (32%) e espuma (14%).
Guandalini et al (1997, p. 16), apresenta algumas recomendações para o uso das máscaras, as quais incluem que o profissional:
a) Deve certificar-se, antes de iniciar o tratamento, de que a máscara está bem adaptada, protegendo toda a região logo abaixo dos olhos, protegendo o nariz e a boca;
b) Deve evitar tocar na máscara durante o tratamento;
c) Não deve puxar a máscara para a região do pescoço, pois a mesma é considerada um material contaminado;
d) Deve trocar a máscara quando esta ficar úmida e, se possível, no intervalo de cada cliente. Máscaras molhadas perdem a capacidade de filtração, facilitando a penetração de microorganismos. Além disso, a máscara deve ser utilizada por no máximo duas horas, que é o tempo recomendado para uma proteção eficaz;
e) Não deve reutilizar máscaras descartáveis;
f) Deve retirar a máscara somente após a retirada das luvas e a lavagem das mãos, devendo jogá-las no lixo para materiais contaminados.
A seguir, as figuras 5 e 6 demonstram, respectivamente, o uso correto e o uso incorreto da máscara pelo profissional.

Uso correto da máscara.

Uso incorreto da máscara.
Óculos de Proteção: Os óculos, conforme a figura 7, assim com as máscaras, também representam uma barreira de proteção de transmissão de infecções, mais particularmente, uma proteção para os profissionais, diante do risco de fluídos contaminados como sangue, exsudatos e secreções, atingirem diretamente os olhos.
De acordo com Guandalini et al (1997, p. 17), os óculos de proteção devem ser usados para evitar que sangue, exsudatos (como pus ou secreções como saliva), atinjam os olhos do profissional durante o atendimento, visto que a conjuntiva do olho, apresenta menor barreira de proteção, que a pele).

Figura 7 - Óculos de Proteção

Um exemplo de situação que poderia ocorrer na estética, durante uma limpeza de pele, seria na extração de uma pústula, que tende, com a pressão dos dedos, espirrar o seu conteúdo, podendo atingir face e olhos do profissional. Conforme a figura 8, o óculos deve ser colocado após a máscara, ficando posicionado sobre a mesma.

"Apesar dos olhos serem suscetíveis a infecções, a epidemiologia de doenças transmitidas através da conjuntiva é desconhecida. No entanto, a literatura pesquisada relata um caso de uma enfermeira que desenvolveu hepatite em 101 dias após uma gota de sangue de um paciente contaminado pelo vírus, ter acidentalmente atingido seus olhos" (GUANDALINI, 1997, p. 17).


Figura 8 - Uso correto do óculos pelo profissional.
Silva et al (2002, p. 6), considera que os óculos adequados devem possuir barreiras laterais, ser leves e confortáveis e de transparência o mais absoluta possível, devendo ser de material de fácil limpeza.
Guandalini et al (1997, p. 17), afirma que, quando os óculos apresentarem sujidades, devem ser lavados com sabonetes líquidos germicidas ou soluções anti-sépticas, enxaguados e enxugados com toalha de papel.
Luvas: De acordo com Guandalini et al (1997, p. 18), as luvas servem como barreira mecânica para as mãos, sendo consideradas como uma "segunda pele". É uma medida de proteção, tanto para o profissional quanto para o cliente, sempre que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, mucosas e tecidos, devendo ser trocadas a cada cliente.
O uso de luvas descartáveis deve ser indispensável, durante os procedimentos de limpeza de pele, em função do possível contato com sangue, secreções, exsudatos e lesões presentes na pele.
Conforme Guandalini et al (1997, p. 19), as luvas utilizadas são de látex, ambidestras, apresentam três tamanhos: pequeno, médio e grande, e geralmente, são vendidas em caixas com cem unidadescomo mostra a figura 9. A desvantagem dessas luvas é a de apresentarem punho curto e má adaptação às mãos.

Figura 9 - Luvas de Látex para o profissional. 
Para Jorge (2002, p. 6), as mãos devem ser lavadas de forma criteriosa, antes da colocação das luvas, pois irá diminuir a quantidade de bactérias presentes nas mesmas, prevenindo possíveis irritações causadas por microorganismos, presentes abaixo das luvas.
De acordo com Lima e Ito12 (1993 apud JORGE, 2002, p. 6), o uso de luvas deve respeitar algumas normas como: a) nunca tentar desinfetar as luvas utilizadas, pois agentes desinfetantes podem causar deterioração do material; b) nunca atender ao telefone, abrir portas, gavetas, pegar objetos, etc, de luvas durante o atendimento ao cliente, sem usar sobreluvas, conforme mostra a figura 10.
Guandalini et al (1997, p. 18-20), faz algumas recomendações que devem ser seguidas para o uso de luvas:
a) Lavar as mãos com água e sabão antes de calçá-las;
b) Colocá-las de forma a cobrir os punhos do avental;
c) Enquanto o profissional estiver de luvas, não deverá manipular objetos como canetas, fichas de clientes, maçanetas, ou qualquer objeto que esteja fora do seu campo de trabalho, a não ser com o uso de sobreluvas;
d) As luvas deverão ser retiradas imediatamente, após o término do tratamento do cliente;

Figura 10 - Uso de sobreluvas.

e) Deverão ser removidas pelo punho, evitando tocar na sua parte externa, conforme mostra a figura 11;
f) Deverão ser jogadas no lixo para materiais contaminados;
g) As mãos deverão ser lavadas, assim que as luvas forem retiradas.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000a), as luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas está comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue, em até 50% de seu volume.
É necessário esclarecer os profissionais, que não acreditam na necessidade de maiores cuidados com a própria saúde, que a não utilização dos equipamentos de proteção individual, pode favorecer a sua própria contaminação.

Limpeza de Pele: O Risco de Contaminação
De acordo com Meda (2003, p. 8), a limpeza de pele é um procedimento que pode ser realizado em todos os tipos de pele, porém com ênfases diferentes. Em peles lipídicas a ênfase maior é a extração das acnes13; nas peles eudérmicas (normais) é a manutenção do equilíbrio e, nas peles alípicas e desvitalizadas, é o reequilíbrio do manto hidrolipídico. É um procedimento que deve ser aplicado antes de qualquer tratamento.
O objetivo do profissional de estética é o de trabalhar com pessoas


Figura 11 - Seqüência da Forma Correta de Retirar as Luvas.
saudáveis, porém muitas pessoas aparentemente saudáveis, podem não saber que possuem alguma doença infecto-contagiosa, pelo fato de serem portadores assintomáticos. Outro fato importante, e que deve ser levado em consideração, é o da possível omissão, por parte do cliente, da existência de algum tipo de doença contagiosa, durante a realização da anamnese14.
“Os pacientes podem albergar agentes etiológicos de determinada doença, mesmo sem apresentar os sintomas clínicos ou mesmo sem desenvolver a doença em questão”. (JORGE, 2002, p. 9).
De acordo com as Precauções Universais (CDC, 1987), uma abordagem segura é considerar que todo paciente, ou no caso da estética, todo o cliente pode ser portador em potencial de algum tipo de doença infecto-contagiosa.
A limpeza de pele é um procedimento, no qual existe uma grande proximidade, entre o esteticista e o cliente. Segundo o Programa de Biossegurança e Ergonomia em Odontologia da Secretaria de Estado da saúde de Minas Gerais (1999), a concentração de microorganismos em torno do corpo, é maior num raio de 50 cm. Durante o procedimento, a distância estabelecida entre o cliente e o profissional é muito pequena, conforme mostra a figura 12, e o acúmulo de microorganismos é mais intenso. Além disso, quando o cliente chega à sala de estética, traz consigo uma grande quantidade de microorganismos, sendo estes patógenos ou não, e que estão presentes em sua pele, cabelos e roupas. Outro fato importante em relação à proximidade, é que durante a fala, espirro ou tosse do cliente, gotículas de saliva contaminadas podem ser aspiradas ou inaladas pelo profissional.
O profissional também irá estabelecer um longo período de contato direto com o cliente, através da manipulação da sua estrutura tegumentar. Além disso, a alta rotatividade no atendimento faz com que o profissional entre em contato direto com uma quantidade variada de pessoas.


Figura 12 – Distância entre Profissional e Cliente.

Durante a realização do procedimento, o profissional, pode se deparar com duas situações:
a) Pele sem solução de continuidade15: que caracteriza uma pele hígida, sem a presença de lesões, que interrompam a continuidade do tecido. Neste caso, também podem ser incluídas as peles com acne de grau I, conforme mostra a figura 13, caracterizada pela presença de comedões16. Este tipo de pele irá oferecer menor risco de contaminação ao ser manipulada.
b) Pele com Solução de Continuidade: que caracteriza uma pele que apresenta lesões que interrompem a continuidade do tecido. Neste caso, também podem ser incluídas as peles com acnes de grau II (pápulo-pustulosa), grau III (nódulo-cística), grau IV (conglobata) e grau V (fulminans). Uma pele que apresenta solução de continuidade, como mostra a figura 14, acaba oferecendo maior risco de contaminação para o profissional, pois ao manipular este tipo de pele, pode entrar em contato com fluídos orgânicos como sangue, ainda que em pequena quantidade, e exsudatos provenientes da extração de pústulas ou de lesões abertas. As lesões existentes nos tecidos podem ser, não somente lesões de acne, mas manifestações de alguns tipos de doenças. Algumas lesões possuem na sua superfície, ou no seu interior, o agente infeccioso, como por exemplo, as lesões do herpes simples e da tuberculose.
De acordo com as Precauções Universais (CDC, 1987), sangue e certas secreções de todos os clientes, que forem atendidos dentro da estética devem ser considerados potencialmente infectantes para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), HBV (Vírus da Hepatite B) e outros patógenos, mesmo estes clientes estando aparentemente saudáveis.
O profissional deve saber que a pele e as mucosas possuem uma determinada permeabilidade, e que este fator pode influenciar o seu contágio por microorganismos, e que a chance de contágio será ainda maior, se a pele ou mucosa estiverem lesionadas, por exemplo: a retirada da cutícula das unhas é uma forma de agressão e que pode facilitar a penetração de microorganismos. Segundo Lavery et al (1997, p. 258), uma pele saudável e intacta representa uma barreira eficaz contra diferentes tipos de vírus e bactérias.
Portanto, é de extrema importância o conhecimento dos fatores de risco presentes, durante a realização de uma limpeza de pele, pois só assim
o profissional de estética irá se paramentar de forma adequada durante o atendimento dos seus clientes, evitando situações, como demonstra a figura 15, na qual o profissional não utiliza avental, touca e óculos de proteção. 

Figura 13 - Acne Grau I
Fonte: Dermatologia.net

Figura 14 - Acne Grau II
Fonte: Dermatologia.net

Figura 15 Uso Incompleto dos Equipamentos de Proteção Individual

Principais Doenças Infecto-Contagiosas
Conforme abordado anteriormente, são vários os fatores presentes em uma limpeza de pele, que podem favorecer a contaminação do profissional, por alguma doença infecto-contagiosa.
"Infecção é a invasão do corpo por microorganismos patogênicos e a reação dos tecidos à sua presença e à das toxinas por eles geradas". (PACIORNIK, 1975, p. 313).
Segundo Teixeira e Valle (1996, p. 55-56), as vias de penetração por microorganismos são: via aéreas superiores, via cutânea e via ocular.
Através das vias aéreas superiores (nariz e boca), o profissional pode inalar ou aspirar, gotículas de saliva ou secreção nasofaringeana contaminadas, que podem ser eliminadas pelo cliente, durante a fala, tosse ou espirro.
Por via cutânea, quando o profissional possui cortes ou ferimentos, e entra em contato direto com secreções ou sangue contaminados do cliente ou sofre um acidente com agulha contaminada.
Por via ocular, quando secreções contaminadas, atingem a conjuntiva dos olhos. Um exemplo seria durante uma extração, quando o profissional ao realizar pressão com os dedos para extrair uma pústula, o exsudato contaminado atingisse o seu rosto e olhos.
As principais doenças infecto-contagiosas que serão abordadas e que podem representar riscos para o profissional de estética na realização de limpezas de pele, são: herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e, até mesmo, a AIDS.
Herpes Simples: Para Baptista (2003, p. 1), o herpes simples é uma doença infecto-contagiosa ocasionada por um vírus denominado vírus do herpes simples (HSV), e que se divide em dois tipos: o HSV-I e o HSV-II.. Boraks (2001, p. 206), considera que é uma doença universal, de grande poder de disseminação e, que apesar de infectar cerca de 90% da população, não se manifesta clinicamente em mais de 30%. Ainda de acordo com o autor (2001, p. 206), o HSV-I é responsável pelo herpes labial e o HSV-II pelo herpes genital. Porém, o VHS-I é o agente etiológico em 20% das infecções genitais primárias, e o VHS-II pode ser causa de infecções em outras áreas, além da região genital.
De acordo com Baumann e Santo (1991, p. 75), o herpes caracteriza-se pelo aparecimento de vesículas17 agrupadas, conforme a figura 16, e que se localizam especialmente nos lábios, conforme mostra a figura 17, e nos genitais, mas que podem surgir em qualquer outra parte do corpo como: olhos (por meio da auto-inoculação pelas mãos), face, nariz, e cavidade oral.
Conforme Baptista (2003, p. 1), a infecção ocorre quando uma pessoa não infectada entra em contato direto com lesões herpéticas infectadas com o vírus, através da pele ou da mucosa, o que caracteriza a infecção primária. 

Figura 16 - Vesículas Agrupadas
Fonte: Dermatologia.net

Figura 17 - Lesão de Herpes Simples
localizada no Lábio Inferior
Fonte: Dermatologia.net
A figura 18 mostra lesões de herpes simples mais agressiva, que costuma ocorrer na infecção primária ou quando o indivíduo está muito debilitado. De acordo com Veronesi (1976, p. 62), o herpes também é transmitido, através do contato direto com a saliva de pessoas contaminadas, mesmo essas sendo assintomáticas.

Figura 18 - Herpes Simples mais Agressiva - Fonte: Boraks (2001, p. 209).
"O primeiro contato com o vírus ocorre em geral ainda na infância, sendo que grande parte da população já está contaminada quando se expõe a pessoas portadoras durante a vida". (BORAKS, 2001, p. 115).
O autor (2001, p. 206), considera ainda que, o vírus penetra na célula e se reproduz. A partir daí, penetra no tecido nervoso, onde permanece em latência. Fatores como estresse emocional, baixa de resistência, exposição ao sol, frio intenso, podem reativar o vírus que retorna à superfície do epitélio, provocando as manifestações clínicas. A transmissão pode ocorrer tanto de pessoas com manifestação clínica evidente, como assintomáticas.
"A sintomatologia da doença caracteriza-se por mal-estar, náuseas, cefaléia, irritabilidade, aumento da temperatura (febre) e adenopatia cervical18". (BORAKS, 2001, p. 206).
De acordo com o mesmo autor (2001, P. 206), o aparecimento da doença é precedido, cerca de um dia antes, de várias sensações: prurido, queimação ou "formigamento", em geral acompanhados de eritema. Em seguida surgem vesículas múltiplas, cheias de líquido19 claro ou amarelado, que se rompem dois a três dias após o seu aparecimento, deixando úlceras. Surge então uma crosta escura e endurecida, conforme é demonstrado na figura 19, que se destaca 7 a 15 dias, caracterizando o período de involução ou regeneração da lesão.
figura19
Figura 19 Crosta provocada pela Ruptura das Vesículas

Conforme Baumann e Santo (1991, p. 75), no estágio em que as vesículas se rompem e formam feridas com secreções, o perigo de transmissão é maior.

"Após a infecção primária o vírus penetra nas células epiteliais, atingindo em seguida o sistema nervoso periférico, onde permanece em estado latente no interior de gânglios nervosos, mantendo-se assim, em equilíbrio com o hospedeiro, até que fatores estimulantes façam com que o vírus se exacerbe, provocando recidiva da lesão" (BORAKS, 2001, p. 207).

De acordo com Boraks (2001, p. 207), a infecção recorrente instala-se em uma pessoa previamente infectada e é caracterizada pela reativação do vírus, com alguns sintomas semelhantes ao da infecção primária, porém menos severos, que aparecem até dois dias antes das lesões típicas. As lesões involuem num prazo de 7 a 15 dias e o vírus fica novamente em período de latência em um gânglio nervoso. Os períodos de recorrência são variáveis podendo ocorrer em intervalos de dias, meses ou anos e estão diretamente relacionados a fatores climáticos, orgânicos (imunitários) e emocionais. Ainda, segundo o autor, as vacinas anti-herpéticas são duvidosas e ineficazes.
Para o profissional de estética, a forma de prevenção mais adequada é o uso correto dos equipamentos de proteção individual.

Hepatite B: Conforme Veronesi (1976, p. 162), a hepatite B é uma infecção causada pelo vírus HBV, conforme a figura 20, que provoca lesões degenerativas ou inflamatórias no fígado. Pode se apresentar em intensidades variáveis, desde um quadro clínico agudo (de evolução rápida) e benigno, até um quadro grave e fatal, ou ainda evoluindo para hepatopatias20 crônicas (que evoluem lentamente e perduram por muito tempo). Yoshida (1996, p. 258), aborda que no Brasil os dados indicam a incidência anual, em torno de 22% de casos agudos de hepatite B atendidos ao longo dos últimos seis anos, sendo a freqüência maior (63%), na faixa de 21 a 40 anos. A esta ocorrência de casos novos soma-se a população de portadores crônicos que compõem o reservatório de vírus da população.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2004), existem mais de 300 milhões de pessoas portadoras do vírus da hepatite B no mundo. Os bancos de sangue do Estado do Paraná detectam anualmente perto de 30.000 novos doadores infectados pelo vírus da hepatite B, e destes, 2.000 são portadores do HBV. Em mais dos 60% dos casos em adultos a infecção pela hepatite B é assintomática, ou seja, a pessoa não sabe que tem a doença.
A figura 21, mostra países e áreas em todo o mundo, que apresentam risco moderado a alto para a infecção pela hepatite B, sendo o Brasil um deles, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde para o ano de 2003.
A hepatite B é extremamente contagiosa e pode ser propagada por pessoas que não sabem que são portadoras do vírus. Existem portadores que permanecem assintomáticos durante anos.
epatiteb
Figura 20 - Partículas do HBV isoladas no Plasma Humano
mapaepatite
Figura 21 - Países/áreas, com risco moderado a alto
de infecção pela hepatite B

Para Yoshida (1996, p. 261), o vírus é transmitido parenteralmente (por via sangüínea), por meio de exposição da pele lesionada ou mucosa ao sangue ou a outros fluídos orgânicos. Fluídos orgânicos como: secreções nasais, pus, suor e lágrimas apresentaram HBsAg (antígeno indicador da infecção), porém o risco de transmissão por meio dos mesmos é extremamente baixo ou inexistente.
"A concentração mais elevada do vírus é observada no sangue, estando presente também em exsudatos. Menores concentrações, porém significativas, são encontradas no sêmen, no fluído vaginal e na saliva de indivíduos com viremia. Portanto, exposição ao sangue e contatos sexuais são modos mais comuns de transmissão do HBV. O vírus permanece viável em superfícies secas à temperatura ambiente por um período de sete dias e, possivelmente, até por períodos mais longos. Mesmo em quantidades ínfimas de sangue ou soro21, um indivíduo pode se contaminar no caso de inoculação percutânea, contato com superfície ocular ou outras mucosas e ainda por uma exposição inadvertida, através de cortes e arranhões preexistentes na pele ou na mucosa" (YOSHIDA, 1996, p. 261).
Conforme Jorge (2002, p. 9), o vírus da hepatite B pode estar presente no sangue em concentrações muito elevadas, podendo ser transmitido por várias vias com quantidades insignificantes de sangue (0,000025 ml).
As formas possíveis de contágio que poderiam ocorrer com o profissional de estética, durante uma limpeza de pele, seriam através de um acidente com agulha contaminada, ou através do contato direto da pele ou mucosa do profissional, com sangue contaminado, exsudatos purulentos ou secreções como, por exemplo, a saliva.
Segundo Yoshida (1996, p. 260), a maioria dos indivíduos que são infectados pelo vírus da hepatite B desenvolve uma infecção aguda, podendo ou não apresentar sintomas. O período médio de incubação é de 120 dias e os sintomas e sinais mais comuns em adultos são: anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, hepatomegalia22 e icterícia23.
Ainda conforme a autora (1996, p. 260), a doença em adultos é resolvida, obtendo-se a cura. O vírus é eliminado e são produzidos anticorpos específicos (anti-HBs), que conferem imunidade ao indivíduo. Porém, em portadores assintomáticos, a fase aguda pode evoluir para a fase crônica, e os indivíduos sem saber, podem transmitir o vírus para outras pessoas.
"A hepatite B apresenta cura espontânea em até 90% dos casos, mas a taxa de cronificação varia de acordo com a idade da infecção, de 85% em recém-nascidos e entre 6% a 10% em adultos. Cerca de 50% dos doentes crônicos desenvolvem cirrose hepática ou carcinoma hepatocelular" (Ministério da Saúde, 2002).
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (2004), considera que após a fase aguda, estado inicial da doença, 10 a 5% dos doentes, não se curam da infecção e desenvolvem a hepatite crônica. Desses, 30% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado e aproximadamente 70% permanecem com o vírus, transmitindo a doença para outras pessoas.
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Figura 22 - Partículas do HCV isoladas em Plasma Humano
Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000b), uma das principais medidas de prevenção para a hepatite B é a vacinação pré-exposição. A vacina é extremamente eficaz, não apresenta toxicidade e é aplicada em 3 doses, devendo ser indicada para todos os profissionais da saúde.
Yoshida (1996, p. 266), afirma que de acordo com as medidas de precauções universais, todo o sangue ou fluído orgânico deve ser considerado potencialmente infectado, e o contato com os mesmos, deve ser prevenido por meio do uso adequado dos equipamentos de proteção individual.
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Figura 23 - Prevalência de Infecção por Hepatite C nos diversos Países do Mundo
Hepatite C: O texto de convocatória da oitava Conferência Internacional sobre Hepatite C, realizada em Londres Inglaterra, em setembro de 2004, mostra que 3% da população mundial (aproximadamente 170 milhões de pessoas) está infectada pelo vírus HCV, que é mostrado na figura 22. A doença foi identificada em 1989 e hoje é reconhecida como a maior causa de cirrose e câncer do fígado.
A figura 23 mostra a prevalência da infecção pela hepatite C, no ano de 2003, nos diversos países do mundo. Entre a população do Brasil, a prevalência de infecção encontra-se na faixa de 1% a 2,4%.

"Atualmente, a infecção pelo vírus da hepatite C é considerada por muitos especialistas a doença infecciosa crônica mais importante em todo o mundo". (Ministério da Saúde, Programa Nacional para prevenção e controle das Hepatites virais, 2002, p.1).
Assim como a hepatite B, a hepatite C é uma infecção causada por vírus (HCV), que provoca lesões predominantes no fígado, degenerativas ou inflamatórias. É transmitida principalmente pelo contato direto de mucosas ou pele lesionada, com sangue ou algumas secreções corporais de pessoas contaminadas. O contágio também pode ocorrer por meio de acidentes com agulhas ou quando o profissional é atingido por secreções de uma pessoa contaminada.
De acordo com Varella24, após a infecção com o vírus da hepatite C, o doente pode apresentar, em alguns casos, sintomas como mal-estar, vômitos, náuseas, icterícia e dores musculares, que caracterizam a fase aguda da doença. Porém esta hepatite é assintomática na maioria dos casos e o portador só saberá que está doente, anos após ter sido infectado, já estando em fase crônica e com o risco de desenvolver cirrose e câncer de fígado.
"Entre as pessoas infectadas pelo HCV, apenas 15% a 20% eliminam o vírus do organismo, enquanto cerca de 80% a 85% evoluem para a infecção crônica, sob diferentes apresentações. Vários estudos demonstram que 20% dos portadores crônicos de hepatite C evoluem para cirrose e entre 1% a 5% desenvolvem carcinoma hepatocelular. O tempo de evolução para o estágio final da doença é de 20 a 30 anos"(Ministério da Saúde, Programa Nacional para prevenção e controle das Hepatites virais, 2002, p.1).
Ainda não foi desenvolvida uma vacina para a hepatite C. A forma mais eficaz de proteção para o profissional de estética é o uso correto dos equipamentos de proteção individual.
Influenza (Gripe): Veronesi (1976, p. 16), considera que a gripe é uma doença viral, de evolução rápida e intensa (aguda), geralmente benigna, mas que pode se agravar e até mesmo levar à morte. É uma doença altamente contagiosa que atinge de forma evidente o aparelho respiratório. Afeta milhões de pessoas a cada ano, ocupando o primeiro lugar entre as doenças de distribuição universal.
De acordo com Neto et al (2003, p. 267), o vírus da gripe é conhecido como Myxovirus influenzae, conforme figura 24, também denominado vírus influenza, que se subdivide em A, B e C, sendo que somente os do tipo A e B, tem relevância clínica em humanos. Devido à sua grande capacidade de mutação acaba gerando novas variantes, para as quais a população não está imune.Veronesi (1976, p. 22), afirma que devido ao aparecimento das variantes do vírus, a percentagem de proteção que a vacina contra a gripe oferece apresenta uma grande variação, sendo em média de 80%.
Ainda segundo o autor (1976, p. 17), o vírus influenza se encontra em abundância na região nasofaringeana, e transmite-se por meio do contato direto com gotículas da secreção nasofaringeana que pessoas infectadas eliminam ao tossir, falar ou espirrar, e são inaladas ou aspiradas por outra pessoa. Quando o vírus atinge as vias respiratórias superiores, invadem as células epiteliais que revestem as mucosas dessas vias e se multiplicam, conforme figura 25, sendo eliminados nos exsudatos resultantes do processo inflamatório que provoca. A deposição deles em roupas, utensílios e objetos pode viabilizar sua disseminação. Ambientes fechados onde se aglomeram muitas pessoas contribuem para a sua disseminação, bastando existir apenas uma pessoa infectada, para que a doença possa se alastrar.
"O período de incubação25 varia entre 24 e 72 horas. O vírus pode ser encontrado desde o início dos sintomas nas secreções nasais e faringianas e persiste enquanto houver febre". (VERONESI, 1976, p. 20).
Ainda de acordo com o autor (1976, p. 20), as características clínicas da doença são: febre entre 38º C e 40º C, calafrios, suor excessivo, tosse seca, dores musculares e articulares, fadiga, mal-estar, dor de cabeça, nariz obstruído, coriza, dor e irritação na garganta, podendo todos ou somente alguns sintomas estar presentes. O quadro clínico ainda pode sofrer complicações, evoluindo para bronquites, bronquiolites e pneumonias.
Nas últimas décadas, a imunização anual com vacinas inativadas contra influenza, tem sido a principal medida para a profilaxia da gripe e redução da morbi-mortalidade, relacionada à doença. Atualmente, entre 180-200 milhões de doses de vacina contra influenza são distribuídas e utilizadas a cada ano no mundo (NETO et al, 2003, p. 271).
Na estética, a gripe pode ser prevenida por meio da vacinação e pelo uso correto dos equipamentos de proteção individual.

Figura 24 Myxovirus Influenzae
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Figura 25 - Hemácia infectada com o
Vírus da Gripe
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

Resfriado Comum: Veronesi (1976, p. 11), considera que o resfriado comum é uma afecção aguda, altamente contagiosa e que atinge o trato mais alto do aparelho respiratório (cavidade nasal e faringe). Não apresenta grande comprometimento do estado geral e na maioria
dos casos não é acompanhado de febre, sendo considerado pouco grave.


Figura 26 - Bactérias em forma de bastão:
Bacilos da Tuberculose
Fonte: Wikipedia: a Enciclopédia livre.

Figura 27 - Grupos deMycobacterium
Tuberculosis

Fonte: Wikipedia: a Enciclopédia livre.
"Cinco famílias diferentes de vírus podem causar os resfriados. O vírus mais freqüentemente envolvido é o rinovírus. Devido à grande variedade de vírus, não existem ainda vacinas para proteger as pessoas destas viroses". (LANÇA, 2001a, p. 1).
Segundo Veronesi (1976, p. 12), a principal via de transmissão se dá a partir do contato direto com gotículas de secreções nasofaringeanas contaminadas, eliminadas pela boca ou nariz do doente ao falar, tossir e espirrar. Essas gotículas contaminadas são inaladas por outra pessoa e depositam-se na mucosa nasal. Os vírus que chegam até a conjuntiva dos olhos, também podem se estender até o nariz, desenvolvendo a doença. O vírus também pode sobreviver horas na superfície dos objetos e nas mãos das pessoas infectadas.
Ainda, de acordo com o autor (1976, p. 13), os sintomas surgem de um a três dias, após a pessoa entrar em contato com o vírus, e podem durar até uma semana, na maioria dos casos. Dentre as características clínicas, destacam-se: coriza intensa, obstrução do nariz dificultando a respiração, espirros, tosse e garganta inflamada (dolorosa), diminuição do olfato e da gustação, dores pelo corpo, dor de cabeça. A febre é rara e, quando presente, não ultrapassa 38ºC.
Na estética, o resfriado pode ser prevenido, através do uso correto dos equipamentos de proteção individual.


Figura 28 - Lesões Ulceradas de Tuberculose Cutânea
Fonte: Cardoso (2003, p. 4).
Tuberculose: Para Veronesi (1976, p. 317), a tuberculose é uma doença infecto-contagiosa que atinge principalmente os pulmões (tuberculose pulmonar), podendo afetar outros órgãos como pele, conforme é mostrado na figura 28, rins, ossos, intestinos, cérebro, etc. (tuberculose extrapulmonar). Seu agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, conhecido também por bacilo26 de Koch27núcleos de Wells contêm bacilos da tuberculose envoltos, por uma camada de muco e podem permanecer no ar durante horas, em ambientes úmidos e mal iluminados. É indireta também a transmissão que se realiza por via digestória, através de objetos e alimentos contaminados." (VERONESI, 1976, p. 318).
De acordo com Lança (2001b, p. 2), após a transmissão do bacilo de Koch, várias situações podem ocorrer. A primeira é que o indivíduo, através das suas defesas, pode eliminar o bacilo sem nada acontecer. Na segunda situação, os microorganismos se desenvolvem, mas não causam a doença. Veronesi (1976, p. 318), afirma que essa segunda situação, também é conhecida como infecção tuberculosa, na qual os microorganismos causam apenas lesões discretas, não progressivas, que evoluem para formas cicatriciais. Na terceira situação, ocorre o desenvolvimento da doença. De acordo com o autor (1976, p. 318), no contexto patogênico, a tuberculose pode ser dividida, conforme a fase em que se apresenta: tuberculose primária, que ocorre em um organismo que nunca foi infectado; e tuberculose pós-primária ou de reinfecção, na qual a ativação da doença pode ocorrer logo após a infecção primária ou anos depois. Também pode ocorrer devido a novos contágios, por reinfecção exógena ou por reativação endógena de focos tuberculosos preexistentes, oriundos de disseminação da infecção primária.
Veronesi (1976, p. 317), explica que a tuberculose pulmonar possui um início silencioso e, sua evolução, que pode durar meses ou anos, se dá de forma crônica com febre, tosse, expectoração, falta de apetite e emagrecimento.
Uma das formas mais importantes de prevenção da tuberculose pelo profissional de estética é o uso adequado dos equipamentos de proteção individual.


Figura 29 - Incidência de Tuberculose nos vários Continentes .


Figura 30 HIV "atacando" Células do Sangue
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). 


AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): Segundo Boraks (2001, p. 214-215), a síndrome da imunodeficiência adquirida, cuja sigla na língua portuguesa é SIDA, e em inglês é AIDS, é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que ao penetrar na corrente sangüínea, irá infectar os linfócitos T4, que são as células responsáveis pela imunidade celular. A figura 30 mostra pequenos pontos pretos (HIV), atacando células do sangue. Na realidade não é uma doença e sim um estado de deficiência imunológica. De acordo com Sion et al (1986, p. 21), ocorre uma profunda supressão da resposta imune mediada pelos linfócitos T4.

"A síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Desde que foi reconhecida pelo CDC (sigla em inglês para Centro para o Controle de Doenças), de Atlanta, EUA, em 1981, a AIDS se espalhou rapidamente, sendo considerada uma epidemia mundial, já no final da década de 1980. Hoje, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 40 milhões de pessoas possuem a enfermidade. Do total de infectados, aproximadamente 95% vivem em países em desenvolvimento, sobretudo na África, onde 10% da população está contaminada. No Brasil, já foram notificados mais de 215 mil casos, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul. A AIDS não tem cura e já matou cerca de 20 milhões de pessoas desde o início da epidemia." (COELHO, 2004)28.

Figura 31 - Sarcoma de Kaposi
Fonte: Dermatologia.net

Ainda de acordo com Coelho, o HIV compromete o sistema imunológico, impedindo que ele realize a defesa do organismo contra as agressões de bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas. Após a pessoa ter sido contaminada pelo HIV, decorre um certo tempo até o aparecimento de sintomas como fraqueza, febre, emagrecimento e diarréia prolongada, sem causa aparente. Sendo que, mais da metade dos soropositivos, só irão apresentar os sintomas da AIDS, após oito anos de infecção.
Sion et al (1986, p. 30), afirma que a AIDS manifesta-se clinicamente por: infecções oportunistas causadas por protozoários, fungos, bactérias e vírus, sendo que a pneumonia provocada pelo protozoário Penumocystis carinii é a mais comum; neoplasias raras como o Sarcoma de Kaposi, atingindo com maior freqüência a pele; além de outras neoplasias malígnas.
Segundo Serra29, as lesões do Sarcoma de Kaposi, conforme figura 31, são elevadas, de coloração vermelho-arroxeada, e podem se localizar em qualquer parte da pele, podendo ser única, ou múltipla. Seu agente causador é um tipo de vírus, denominado Herpes Vírus Humano 8 (HHV8) ou Herpes Vírus do Sarcoma de Kaposi (HVSK).
Boraks (1996, p. 184), afirma que a transmissão ocorre através da inoculação do vírus na corrente sangüínea, por meio de sangue e esperma contaminados, sendo rara a transmissão por meio do suor, lágrima e saliva.
Oda et al (1996, p. 249), explica que a transmissão por meio de fluídos como secreções nasais, pus, suor e lágrimas, é extremamente baixo ou inexistente. Porém, o HIV têm sido demonstrado em alguns desses fluídos. Precauções de proteção devem ser tomadas com relação ao sangue e fluídos corpóreos que contenham sangue.
“Além de ter poder invasor bem menor do que o vírus da hepatite B, o HIV necessita de concentrações bastante elevadas para produzir um processo infeccioso”. (LIFSON30, 1988; PIZZACOLO31" et al, 1988 apud ODA et al, 1996).
Conforme Lavery et al (1997, p. 258), uma pele saudável e intacta, representa uma barreira bastante eficiente, contra a penetração por diferentes tipos de bactérias e vírus, inclusive o HIV.
Na estética, durante a realização de limpezas de pele, a contaminação pode ocorrer quando o profissional entrar em contato, através da mucosa ou pele lesionada, com sangue contaminado ou secreções, que também contenham sangue. Também pode ocorrer por meio de um acidente com agulha contaminada com sangue.
Segundo Jorge (2002, p. 1), existe uma grande dificuldade de identificar todos os portadores do HIV, uma vez que existem portadores assintomáticos, e que não sabem que estão com o vírus. Por isso, todas as pessoas devem ser consideradas como portadores em potencial, de algum microorganismo patogênico. De acordo com Lavery et al (1997, p. 258), existem pessoas infectadas com o HIV há 13 anos e que não desenvolveram nenhum sintoma da doença.
Oda et al (1996, p. 240), afirma que pelo fato da AIDS ser uma doença de maior gravidade que a hepatite B, as medidas necessárias para a proteção são as mesmas utilizadas para a hepatite B, as quais incluem a utilização de equipamentos de proteção individual de forma adequada.
Metodologia

Esta pesquisa se caracteriza como um Estudo de Caso, onde se analisa o conhecimento dos profissionais da área de estética, em relação à utilização dos equipamentos de proteção individual na realização de limpezas de pele.
O estudo de caso foi realizado, durante o período de setembro a outubro de 2004, e destacou-se como amostra desta pesquisa, 32 profissionais de estética da região de Curitiba, que exercem a prática da limpeza de pele.
Foi utilizado, como instrumento de coleta de dados, um questionário de nove questões fechadas, sobre o conhecimento, indicação e utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI’s), durante a realização de limpezas de pele e sobre o procedimento em si. A elaboração do questionário foi baseada em um artigo publicado por Greppi e César (2002, p. 3 e 4), realizando-se as modificações necessárias para a área de estética.

O questionário foi embasado:

a) No conhecimento dos profissionais em relação ao que são equipamentos de proteção individual;
b) Nos equipamentos de proteção individual, que os profissionais acham importante serem utilizados, durante uma limpeza de pele;
c) Nos equipamentos de proteção individual, que os profissionais utilizam durante o procedimento de limpeza de pele;
d) Na forma de utilização da máscara pelos profissionais: sobre o nariz, abaixo do nariz ou não utilizam;
e) No que os profissionais costumam fazer com a máscara e gorro por eles utilizados: jogam fora, reutilizam ou não utilizam;
f) Na limpeza de pele considerada como um procedimento que oferece risco de contaminação para a esteticista;
g) Se na realização das limpezas de pele, ocorrem ou não pontos de sangramento;
h) Se os profissionais já entraram em contato direto com sangue ou outro fluído do cliente;
i) No procedimento adotado pelos profissionais quanto à retirada das luvas: puxam pela ponta dos dedos; puxam pelo punho; lavam e retiram pelo punho; ou não utilizam luvas.
Resultados
Os dados obtidos foram analisados quantitativamente, com base na amostra da pesquisa de 32 entrevistados, e expressos em gráficos de forma a facilitar a visualização, e posterior análise. Para cada pergunta é apresentado um gráfico, com a respectiva legenda e as porcentagens dos dados obtidos.

Gráfico 1 Conhecimento sobre Equipamentos de Proteção Individual


O gráfico 1, aborda o conhecimento dos profissionais, com relação ao que são os equipamentos de proteção individual.
Podemos observar, que 87,5% dos profissionais entrevistados, tinham conhecimento do que era equipamento de proteção individual (EPI), enquanto 12,5% não sabiam

Gráfico 2 Equipamentos de Proteção Individual que devem ser utilizados

O gráfico 2, diz respeito à opinião dos profissionais, em relação à quais equipamentos de proteção individual, devem ser utilizados durante a realização de limpezas de pele.
Podemos observar que 87,5% dos profissionais responderam o uso de avental; 62,5% responderam o uso de óculos; 100% responderam tanto o uso de máscaras, quanto o de luvas; 72% responderam o uso de gorro e, 0% dos profissionais, responderam não ser importante nenhum dos equipamentos.
Gráfico 3 Equipamentos de Proteção Individual utilizados pelos Profissionais
O gráfico 3, mostra quais os equipamentos de proteção individual os profissionais utilizam, durante a realização de limpezas de pele.
Podemos verificar que 84% dos profissionais responderam o uso de avental; apenas 28% responderam o uso de óculos de proteção; 97% responderam o uso de máscara; 100% responderam o uso de luvas; 62,5% responderam o uso de gorro e 0% responderam o uso de nenhum equipamento.

Gráfico 4 Forma de utilização da Máscara de
Proteção



O gráfico 4, diz respeito à forma de utilização da máscara pelos profissionais: se abaixo do nariz ou sobre o nariz.
Como podemos observar 78% dos profissionais utilizam a máscara sobre o nariz; 19% utilizam abaixo do nariz e 3% não fazem uso de máscara.
Gráfico 5 Procedimento dos Profissionais em relação ao Gorro e Máscara



O gráfico 5, aborda qual o procedimento adotado pelos profissionais, em relação à máscara e gorro, por eles utilizados: se jogam fora, reutilizam ou não utilizam.
Podemos observar, primeiramente em relação ao gorro, que 40,6% dos profissionais jogam fora; 21,9% reutilizam e 37,5% não utilizam gorro. Com relação à máscara: 53% dos profissionais jogam fora; 44% reutilizam e, apenas 3%, não utilizam.

Gráfico 6 Limpeza de Pele como um Procedimento que pode oferecer Risco de Contaminação

O gráfico 6, diz respeito à opinião dos profissionais com relação à limpeza de pele ser considerada ou não, um procedimento que pode oferecer risco de contaminação.
Podemos observar que 84% dos profissionais responderam que a limpeza de pele pode ser considerada um procedimento, que pode oferecer risco de contaminação, enquanto 16%, responderam não ser um procedimento, que pode oferecer risco.

Gráfico 7 Ocorrência de Pontos de Sangramento

O gráfico 7 aborda se, durante as limpezas de pele realizadas pelos profissionais, ocorrem ou não, pontos de sangramento.
Podemos observar que 84% dos profissionais responderam ocorrer pontos de sangramento e, apenas 16%, responderam não ocorrer pontos de sangramento.
Gráfico 8 – Contato Direto com Sangue ou outro Fluído
O gráfico 8, aborda se os profissionais já entraram em contato direto com sangue ou outros fluídos do cliente.
Podemos observar que 28% dos profissionais responderam já terem entrado em contato e, 72%, responderam não ter entrado em contato.
Gráfico 9 – Procedimento de Retirada das Luvas
O gráfico 9, diz respeito ao procedimento adotado pelos profissionais, quanto à retirada das luvas.
Podemos observar que, 0% dos profissionais, respondeu puxar as luvas pelas pontas dos dedos; 91% responderam puxar pelo punho; 9% responderam lavar e retirar pelo punho e, 0%, responderam não utilizar luvas.
Análise dos Dados Obtidos

Analisando de forma conjunta os gráficos 1, 2 e 3, podemos observar que, apesar dos profissionais terem conhecimento do que são os equipamentos de proteção individual, não os utilizam por completo, com exceção das luvas. Além disso, muitos profissionais questionaram o uso de óculos, dizendo que a lupa já seria uma forma de proteção. A lupa não pode ser considerada um equipamento de proteção individual, pois não protege de forma adequada e segura a área dos olhos.
Com relação ao gráfico 4, uma quantidade bastante significativa de profissionais (19%), utiliza a máscara de forma inadequada, ou seja, abaixo do nariz. Segundo Guandalini et al (1997, p. 15-16), a máscara representa a mais importante medida de proteção das vias superiores e deve estar bem adaptada protegendo toda a região logo abaixo dos olhos (nariz e boca).
No gráfico 5, uma grande quantidade de profissionais afirmou reutilizar a máscara (44%) e gorro (21,9%). No questionário, muitos destacaram ao lado da alternativa, que dizia respeito à reutilização das máscaras, que lavavam as mesmas para posterior reutilização. Segundo Guandalini et al (1997, p. 16), após duas horas de uso, as máscaras perdem o poder de filtração. Além disso, depois de usadas, as máscaras representam um grande nicho de microorganismos, e devem ser descartadas, em lixo próprio para este fim: hospitalar.
Analisando o gráfico 6, a limpeza de pele foi considerada um procedimento, que pode oferecer risco de contaminação, por 84% dos profissionais. Durante o procedimento, o profissional, ao manipular a pele do cliente e durante a extração de comedões e pústulas, pode entrar em contato com fluídos orgânicos como sangue, ainda que em pequena quantidade, exsudatos purulentos, secreções provenientes de lesões abertas (pele não intacta), e até mesmo a saliva (por meio de gotículas que são lançadas no ar, provenientes da fala, espirro ou tosse do cliente). Além disso, pode ainda entrar em contato, com diversos tipos de lesões, que podem existir na pele do cliente. Estas alterações nos tecidos podem ser, não somente lesões de acne, mas manifestações de alguns tipos de doenças.
No gráfico 7, a maioria dos profissionais (84%) afirmou ocorrerem pontos de sangramento, durante a realização de limpezas de pele. Essa informação é de suma importância, pois de acordo com as Precauções Universais CDC (1987), sangue e certos fluídos de todos os pacientes devem ser considerados, potencialmente infectantes para HIV, HBV e outros patógenos.
Com relação ao gráfico 8, uma porcentagem significativa de profissionais (28%), afirmou ter entrado em contato direto com sangue ou outro fluído do cliente. De acordo com as Precauções Universais (CDC, 1987), os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica, através do uso de barreiras protetoras como luvas, aventais, máscaras, gorros e óculos (equipamentos de proteção individual), os quais irão reduzir as chances de exposição da pele e mucosas a materiais infectados.
De acordo com o gráfico 9, a maioria dos profissionais (91%), procede a retirada das luvas de forma correta. Segundo Guandalini et al (1997, p. 18-20), as luvas devem ser removidas pelo punho, evitando tocar na sua parte externa e devem ser jogadas no lixo para materiais contaminados (hospitalar).
As informações obtidas sobre a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI,s), pelos profissionais da área de estética, mostraram que a grande maioria sabe o que são EPI’s e a importância da sua utilização, sendo que os mesmos referem a não utilização por completo dos equipamentos, durante a realização de limpezas de pele, mesmo sabendo que o procedimento pode oferecer riscos de contaminação.
Acreditamos que modificações em relação à conduta adotada pelos profissionais da área de estética, venham contribuir com a manutenção da saúde e prevenção de doenças, através de uma maior conscientização em relação a biossegurança.
Considerações Finais

A Biossegurança estabelece ações para a proteção da saúde humana e uma delas inclui a utilização dos equipamentos de proteção individual. Os profissionais de estética, durante a realização de limpezas de pele, devem evitar o contato direto com mucosa ou pele do cliente e com matéria orgânica (sangue, exsudatos, secreções), proveniente do mesmo, por meio do uso de barreiras protetoras como luva, avental, máscara, gorro e óculos.
O uso desses equipamentos de proteção individual, reduzem as chances de exposição do profissional à possíveis microorganismos, provenientes de clientes e que podem ser causadores de doenças como: herpes simples, hepatite B, hepatite C, gripe, resfriado, tuberculose e AIDS. Além do risco de contato com matéria orgânica, a proximidade entre profissional-cliente, a alta rotatividade no atendimento e o tempo de contato prolongado, podem contribuir para a transmissão de algumas dessas doenças.
O uso inadequado ou incompleto dos equipamentos de proteção individual por parte dos profissionais, pode não constituir proteção total contra os microorganismos, já que a limpeza de pele oferece alguns riscos, que podem contribuir para a contaminação do profissional. Além disso, a eficiência e a importância de cada equipamento determina uma interdependência, e a utilização dos mesmos em conjunto, promove uma eficiência na proteção.
Desta forma, é essencial que haja conscientização para que aconteçam mudanças na conduta dos profissionais, levando-os a adotarem medidas mínimas de segurança no atendimento de todos os clientes, como forma de preservar a própria saúde e da pessoa que está sendo atendida. Acreditamos que a conscientização pode ser feita por meio de palestras abertas, demonstrações do uso dos equipamentos e até por meio da criação de cartazes explicativos.
Nota da Editora: Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Técnico em Estética Facial e Corporal, ao Instituto Martinus de Educação e Cultura, Centro Técnico de Educação Profissional Martinus, sob a orientação da Profª Denise Mercer.
Referências Numeradas

1 COSTA, M. A. F. Protegendo a Vida. Revista Proteção, n.86, p. 46-47, fev. 1999.
COSTA, M. A. F.; COSTA, M. F. B.; MELO, N. S. F. O. Biossegurança: ambientes hospitalares e odontológicos. São Paulo: Santos, 2000.
COSTA, M. A. F. Qualidade em Biossegurança. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.
2 Segundo Houaiss (1979, p. 740), risco é a probabilidade de perigo.
3 Centers for Disease Control and Prevention.

4 Segundo Paciornik (1975, p. 246), é um líquido orgânico seroso, fibrinoso ou mucoso, que escorre
(exsuda) ao nível de uma superfície inflamada.
5 Para Paciornik (1975, p. 468), é qualquer substância segregada pelo organismo, como por exemplo: urina,
suor, saliva, lágrimas, que também podem ser denominadas de excreções, pois são jogadas para fora do
corpo.
6 O mesmo que via sanguínea.
7 Conforme Rosseti, é um polimero ou plástico derivado do propeno ou propileno. É chamado de
termoplástico e pode ser moldado usando apenas aquecimento.
8 De acordo com Guandalini et al (1997, p. 56), luvas, máscaras e gorros descartáveis são considerados
materiais contaminados e por isso classificados como lixo infeccioso e seu acondicionamento deve ser
feito em lixeira com tampa acionada por pedal e no seu interior deve ser colocado um saco de lixo
especial na cor branca com cruz vermelha e dizeres "lixo hospitalar"ou na sua falta sacos de lixo comuns
duplos.
9 Lesão elementar de conteúdo purulento, que forma-se pela ruptura parcial de comedões fechados.
Segundo Paciornik (1975, p. 440), pus é um exsudato constituído por uma parte líquida (soro), leucócitos
degenerados, góbulos de gordura e microrganismos diversos, sob a influência de uma infecção.
10 MICIK, R.E. et alii. Studies dental aerobiology: efficacy of surgical masks in protecting dental personel
from airbone bacterial particles. Jour. Dent. Res., v. 50, nº 3, p. 626, 1971.
11 Um exemplo de fibra sintética é o polipropileno, um dos materiais usados na confecção das máscaras e
gorros descartáveis.
12 LIMA, S. N. M.; ITO, I. I. Controle de infecções no consultório odontológico: sistema BEDA de
controle. Ribeirão Preto: Dabi-Atlante, 1992.
13 Para Meda (2003, p. 12), é uma dermatose inflamatória crônica, caracterizada pela inflamação do folículo pilo-
sebáceo. Pode ser classificada em: grau I (comedoniana); grau II (pápulo-pustulosa); grau III (nódulo-cística);
grau IV (conglobata); grau V (fulminans).
14 Segundo Guandalini et al (1997, p.11), através da anamnese é possível coletar dados a respeito da
história pessoal, médica passada e presente do cliente. É a primeira e uma das mais importantes medidas
de proteção para o profissional e sua equipe.
15 De acordo com Moreno (2004), solução de continuidade significa "interrupção", ou seja, que a
continuidade foi dissolvida.
16 Caracterizados pela presença de sebo no folículo pilo-sebáceo. Podem ser encontrados como pontos
pretos (comedões abertos nos quais o sebo sofreu processo de oxidação) e pontos brancos (comedões
fechados). São caracterizados como sendo as lesões primárias da acne.
17 De acordo com Boraks (2001, p. 90), vesículas são lesões elementares de pequenas dimensões (até 3mm
de diâmetro), elevadas e circunscritas, contendo líquido em seu interior.
18 Adenopatia cervical é o enfartamento dos gânglios cervicais.
19 Conforme Veronesi (1976, p. 63-64), o líquido contido nas vesículas encerra vírus em abundância,
visíveis ao microscópio comum.
20 Para Paciornik (1975, p. 292 e p. 405), hepatopatias são doenças do fígado.
21 De acordo com Paciornik (1979, p. 480), soro é a porção clara e líquida do sangue.
22 Hepatomegalia é o aumento do volume do fígado.
23 Para Paciornik (1979, p. 307), icterícia é a coloração amarelada da pele e mucosas devido a
presença de pigmentos biliares na corrente sanguínea.
24 VARELLA, D. Hepatite C. Diagnósticos. Disponível em: <http://www.drauziovarella.com.br/arquivo/
arquivo.asp?doe_id=84>. Acesso em: 25 ago. 2004.
25 Segundo Paciornik (1975, p. 312), é o período que decorre entre o contágio e o aparecimento dos
primeiros sintomas da doença.
26 Segundo Paciornik (1975, p.115), é um microrganismo em forma de bastonete.
27 Conforme Veronesi (1979, p. 317), Robert Koch descobriu o agente etiológico da tuberculose em 1882, e a partir daí a doença passou a ser bem caracterizada.
28 SERRA, M. Sarcoma de Kaposi. Pele e AIDS. Disponível em: <http:// www.dermatologia.net> Acesso em: 23 out. 2004.

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FONTE:http://www.revistapersonalite.com.br/bioseguranca


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